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OFICIAL DE JUSTIÇA – ATIVIDADE DE RISCO #5

segunda-feira, 27/05/2019 13:01

Pesquisa do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Rio Grande do Sul – SINTRAJUFE-RS aponta consequências dos males da profissão de Oficial de Justiça à saúde mental da categoria

A Secretaria de Saúde e Relações de Trabalho do SINTRAJUFE-RS realizou uma detalhada pesquisa, construída entre os anos de 2002 a 2009, sobre como a profissão do Oficial de Justiça está agredindo a saúde mental da categoria do Rio Grande do Sul.

As condições de saúde dos servidores do Judiciário Federal no Rio Grande do Sul há muito vêm sendo acompanhadas de perto pelo Sintrajufe. E para embasar cientificamente aquilo que o sindicato constatava in loco ou por meio de relatos dos servidores, o Sintrajufe, nos últimos oito anos, vem realizando pesquisas quantitativas e qualitativas junto ao quadro funcional. Em 2002 realizamos a pesquisa geral com a categoria, dois anos depois foi a vez de realizarmos estudos sobre a saúde dos oficiais de justiça da JF e JT, além de produzimos em 2005 uma avaliação ergonômica junto às varas Trabalhistas de Porto Alegre e levantamentos com os servidores dos gabinetes do TRT (2008) e dos Juizados Especiais Federais – JEFs (2008-2009).

Segundo a entidade, o estudo demonstrou que, “diante da falta de uma política de prevenção por parte das administrações dos tribunais no Rio Grande do Sul, está havendo uma significativa perda na qualidade de vida dos servidores, motivada por sofrimento psíquico e adoecimento físico causados, principalmente, pelo modo de organização do trabalho e gestão a que estão submetidos estes servidores.”

Após a pesquisa, foram coletados dados informando que 50,7% dos Oficiais de Justiça da Central de Mandados de Porto Alegre/RS podem estar com Distúrbios Psiquiátricos Menores – DPM, como, estresse, ansiedade, depressão e neuroses. Os dados do DPM para os OJA’s são quase 20% maiores que de outros servidores do judiciário. Confira abaixo:

A falta de valorização de suas atividades com altas demandas e desgaste psíquico são uma das principais queixas relatadas pelos Oficiais de Justiça que foram estudados.

A execução de um mandado pode demorar horas, ou mesmo dias e, coloca os Oficiais em situações embaraçosas, perigosas e, muitas vezes, insalubres, não sendo computada esta qualidade do trabalho, apenas o número de mandados efetuados.

Clique aqui para conferir a pesquisa completa.

Mesmo que o trabalho tenha sido realizado somente no estado sulista, são encontrados os mesmos padrões de comportamento em todo o país.

A campanha de OFICIAL DE JUSTIÇA – ATIVIDADE DE RISCO, realizada pelo SINDOJUS/MG, tem recebido diversos depoimentos de OJA’s de todo o Brasil que vivenciaram alguma situação de perigo enquanto trabalhavam.

Mande seu depoimento anônimo ou identificado via texto, vídeo ou áudio. As gravações devem ter duração máxima de até 3 minutos.
Nosso canal de contato pelo Whatsapp é 31 9 9891-3583.

“Me chamo Eduardo Fortes, sou Oficial de justiça do TRF 4, Florianópolis. Me informaram que esse número é da federação Rep. de Oficiais de Justiça de MG e que estariam recebendo relatos de Oficiais de Justiça que já sofreram violência.Compartilho com vocês minha experiência Na certidão fui bastante sucinto. O criminoso foi muito agressivo, apontando o revólver, gritando de eu era policial a paisana. A tensão durou uns 5 minutos, mas a impressão é de que durou muito mais tempo. Depois dessa experiência desagradável, já estou mais esperto e diante da desconfiança de tratar-se de área de risco, aborto a diligência e vou atrás do telefone do destinatário para marcar em outro endereço. Espero poder contribuir.”

“Em cumprimento a um mandado de penhora numa fazenda, o executado, muito nervoso, disse: “minha vontade é de lhe matar”, ao mesmo tempo em que procurava por algo, com as mãos trêmulas em uma prateleira. Ao ir embora, caminhando em direção a minha moto, o executado soltou o cão de guarda, temido pelos funcionários das fazendas da vizinhança, para atacar este Oficial. Por sorte, dando meu braço para receber a mordida, tal ocorreu porém o cachorro desistiu logo em seguida, uma vez que não fora demonstrado medo. Em outra ocasião, dentro do perímetro urbano, pedi à mãe que chamasse o filho que estaria dormindo a fim de intimá-lo para audiência. Ocorre que ele saiu no quintal, dizendo: que ia pegar uma faca para matar o Oficial. Ele, quando menor, já havia matado um homem, portanto liguei a moto, fui embora correndo, e voltei acompanhado por.policiais militares. Os dois fatos ocorreram em cidades pequenas do sul de minas. Por sorte o fazendeiro morreu de infarto é o rapaz violento, com a presença da PM pediu desculpa. Ahhhh. Estava esquecendo um viciado em crack que pegou um tijolo e veio pra cima, dizendo que eu não o prenderia mais por pensão alimentícia, sendo que era apenas uma intimação para audiência criminal. Isso tudo ocorreu numa cidade com 45 mil habitantes. O fazendeiro morreu de infarto, mas foi uns dois meses após a diligência. Sorte não ter sido no dia, ou poderia ainda ter respondido pela causa da morte do executado.”

#UnidosSomosMaisFortes #SindicatoForte #OJA #VocêNãoEstáSó 

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