Pressão das manifestações
quinta-feira, 27/06/2013 19:42Projeto segue para o plenário do Senado e, depois, para a Câmara dos Deputados
Leia, a seguir, matéria da Agência Senado de Notícias que informa sobre a aprovação do PLS 74/2010, que regulamente a realização de concursos nos Poderes da União, pela CCJ do Senado. O substitutivo aprovado contempla um dos itens defendidos pelo SINDOJUS/MG no Procedimento de Controle Administrativo por meio do qual requereu ao Conselho Nacional de Justiça, no ano passado, a anulação concurso promovido pelo TJMG para provimento de vagas para o cargo de oficial judiciário, especialidade oficial de justiça avaliador. O SINDOJUS/MG alegou que o edital do concurso do TJMG desrespeitava decisão do Supremo Tribunal Federal que proibia a realização de certame para formação de cadastro de reserva sem definição do número de vagas existentes. Outra alegação foi de que o TJMG não respeitava o artigo 58 da LC 105/2008, que instituiu a exigência de formação em Direito para ingresso no cargo. Apesar do CNJ não ter analisado todos os pontos, entendeu já ser grave o suficiente a ilegalidade na dispensa de licitação do concurso.
Leia, a seguir, a matéria da Agência Senado.
“CCJ conclui votação de projeto sobre Lei Geral dos Concursos
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) encerrou o processo de votação, nesta quinta-feira (27), de substitutivo a projeto de lei do Senado (PLS 74/2010) que regulamenta a realização de concursos públicos nos três Poderes da União. Mudanças foram incorporadas pelo relator, senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), na votação da matéria em turno suplementar, mas algumas garantias já destinadas aos candidatos foram preservadas. O texto foi aprovado de forma terminativa e poderá seguir para a Câmara dos Deputados se não houver recurso para análise pelo plenário do Senado.
Uma delas é a proibição de se realizar concurso para formação de cadastro de reserva ou com “oferta simbólica” de vagas, ou seja, número de vagas inferior a 5% dos postos já existentes no cargo ou emprego público federal.
– Estamos dando um passo importante para moralização da realização de concursos públicos no Brasil – afirmou Rollemberg, agradecendo o apoio do presidente da CCJ, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), para aprovação da proposta.
Vida pregressa
Além das tradicionais provas objetiva e discursiva, o substitutivo aprovado pela CCJ admite a realização de “sindicância de vida pregressa” na primeira etapa dos concursos públicos federais. Nesta fase, seriam levados em conta apenas elementos e critérios de natureza objetiva, proibindo-se a eliminação de candidato que responda a inquérito policial ou processo criminal ainda sem condenação definitiva.
Mas, se o PLS 74/2010 abre espaço para investigação da vida pregressa do candidato, determina, por outro lado, que a imposição de qualquer exigência relacionada ao sexo do candidato, estado civil, idade, religião, condição familiar, física ou de outra natureza tenha amparo legal e relação objetiva com incompatibilidades – listadas no edital – entre características individuais e o exercício do cargo ou emprego público. Essa precaução foi inserida no substitutivo por sugestão do senador Pedro Taques (PDT-MT).
De acordo com o texto aprovado, o edital deverá ser publicado no Diário Oficial da União 90 dias antes da realização da primeira prova, sendo veiculado um dia depois nos sites do órgão que realiza o concurso e da instituição organizadora. As inscrições só poderão ser feitas pela internet, limitando-se o valor da taxa a 3% do valor da remuneração inicial do cargo em disputa.
Danos
Focado na busca por moralidade administrativa, o substitutivo do PLS 74/2010 pretende sujeitar tanto o órgão público quanto a instituição organizadora do concurso a responder por eventuais danos causados aos candidatos.
A entidade responsável pela seleção ficará obrigada a guardar o sigilo das provas. Atos ou omissões que concorram para a divulgação indevida de provas, questões, gabaritos ou resultados poderão levar à responsabilização administrativa, civil e criminal de seus funcionários.
O substitutivo obriga ainda o órgão público ou a entidade promotora do concurso a indenizar os candidatos por prejuízos comprovadamente causados pelo cancelamento ou anulação de concurso público com edital já publicado. Essa decisão deverá estar amparada em fundamentação objetiva, expressa e razoável, amplamente divulgada.
A aprovação da futura Lei Geral dos Concursos foi elogiada ainda pelos senadores Lídice da Mata (PSB-BA), Paulo Paim (PT-RS), Wellington Dias (PT-PI) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).”
Fonte: Agência Senado